2012年06月04日

ネット上の勉強会に参加しませんか?

 自分のカポエイラのルーツが知りたい。

 カポエイラ・コンテンポラニアってなに?

 カポエイラをまとめる連盟ってあるの?

 カポエイラはどうやって世界に広まったの?

 カポエイラはオリンピックに入るの?

 こんな問題が心に引っかかる人に「超」お勧めの勉強会です。参加費はかかりません。今すぐこちらにアクセス → http://brasilia70.exblog.jp/
 

 そもそものいきさつは・・・


 今年のヴァジアンドのテーマは、メストリ・ブラジリアの70歳に重ねて、サンパウロのカポエイラについて知識を深めようということになりました。

 そこでカポエイラ・ヴァジアソンでは現在、その予習として「カポエイラのグローバリゼーション」に関する文献を手分けして訳しています。安心してください、英語です。ポルトガル語だと、さすがに誰でもというわけにはいかないですからね。とにかく参加することに意義がある的なノリで、気軽にチャレンジしようと始めました。

 しかし・・・・

 いろいろメンバーも忙しいのか、ページの分担が遅々として進みません。この分だとメストリガ来る前に間に合いそうもないという危機感を覚え、この際、全国のカポエイリスタの皆さんにも協力してもらおうと公開するにいたったというわけです。

 参加の仕方は簡単。まずは久保原にメールください(liberdade@magic.odn.ne.jp)。ログイン用のIDとパスワードをお伝えします。その先のやり方は、向こうのブログにも書いてあるので、そちらを参考にしてください。

 内容的にとても濃い、すべてのカポエイリスタに役立つ内容ですよ。皆さんの参加お待ちしています!




posted by kubohara at 20:56| Comment(0) | カポエイラ全般

2012年06月03日

ブラジリアDVDの日本語版ついに完成!

vivenciacapa1.JPEG表紙



 一昨年のヴァジアンド2010のときに販売していたメストリ・ブラジリアのカポエイラ教則DVDに日本語とポルトガル語で字幕を付けました。

 さらにコンテンツも前作に収録されていなかった技術解説、セクエンシア、ホーダ、ブラジリア50周年記念フェスタのハイライトなど、ボリュームアップしていますよ

 字幕を付けたいきさつについては、下の裏表紙に書いたとおりです(クリックで拡大します)。

 日本語字幕はメストリ・ブラジリアの考え方を広く知ってもらうため、ポルトガル語字幕はリスニング練習の教材として役立てることを目的としています。とくにポル語字幕は、メストリの話している内容を一言一句たがわずに書き起こしているので、聞き取りにくかった部分を繰り返し聴きなおすことで、言い回しの自然なリズムに慣れることができると思います。

 近日中にカポエイラ・ショップ ビリンバウで販売開始します。予定価格は3,900円です。もちろん7/3から7/15のメストリ・ブラジリア来日時にも販売しますよ。表紙も余白が多いので、サインももらいやすいですね!!

 なお前作の『VIVÊNCIAS E FUNDAMENTOS DE UM MESTRE DE CAPOEIRA』をすでにお買い上げいただいている方には、特別価格2,000円で販売いたします。ショップを通じてお買い上げいただいている場合には、すべて履歴が確認できますので、購入時にその旨を申告してください。


vivenciacapa2.JPEG裏表紙






posted by kubohara at 08:23| Comment(0) | カポエイラ全般

2012年02月14日

イタプアンたちのサルヴァドール・ツアー

 すいません、最近、仕事と家庭の事情で多忙を極め、ブログ更新までなかなか手が回りません。3月半ばを過ぎると少し落ち着くので、少しずつペースを戻していきたいと思います。


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 イタプアンが若手、気鋭のカポエイリスタに声をかけて企画したバイーア・ツアーの紹介クリップです。サルヴァドール、イタパリカ、フェイラ・ジ・サンタナを回っています。メストリ・ヘネのホーダにも顔を出しており、そういえば12月の来日時にも、いろいろ裏話も聞かしてもらっていました。

 プログラム本編の視聴は有料になっています。


posted by kubohara at 10:54| Comment(0) | カポエイラ全般

2012年02月11日

A fórmula de um grande mestre









A fórmula de um grande mestre

Quando o assunto é capoeira, vem à mente uma série de referências, como a ginga, a música, a história, os escravos, a cor da roupa - predominantemente branca - , o berimbau, os movimentos, as letras, a alegria... Entre tantas, existe uma figura mais que especial presente na roda: o mestre, fio condutor de toda magia existente na arte da capoeira

Por Eli Antonelli


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Em dezembro, a capoeira angola ficou órfã de uma de suas maiores referências: João Pereira dos Santos, o mestre João Pequeno – um lutador na arte e na vida, herdeiro de mestre Pastinha – que morreu aos 93 anos, na Bahia. Ainda jovem, fugiu da seca, trabalhou na construção civil durante certo tempo, enfrentou com coragem as dificuldades da cidade grande e foi carvoeiro (o “João do carvão”).


O trabalho duro e sofrido foi o alicerce para a força e a energia constantes, capazes de marcar a história na arte da capoeira, formando outros mestres e inúmeros discípulos. O portal da Capoeira (www.portalcapoeira.com) destaca uma de suas citações. Para ele, “a capoeira era boa para o corpo para mantê-lo flexível e jovem e, mais que isso, bom para desenvolver a mente.” No bairro Fazenda Couto, no subúrbio ferroviário de Salvador, Cristiane Santos, ou Nani de João Pequeno, a neta que o acompanhava nas atividades, relembra as histórias do avô. Ela conta que a fama não lhe trouxe os recursos necessários e foi com muita dificuldade que ele continuava, mesmo com idade avançada, a fazer o seu trabalho na capoeira, como o projeto Pequenos do João, que surgiu na comunidade em 2007, mais precisamente na laje da casa, no 3o andar, onde João subia com dificuldade. Nani dava aula para crianças, e mestre João Pequeno fazia questão de participar, levando seus ensinamentos a elas. “Quando começamos o projeto, ele já estava com 89 anos e, mesmo assim, fazia os movimentos. Esses momentos são inesquecíveis, pois mesmo com a idade que tinha, ele conseguiu transmitir muitos valores e plantou sementes na nova geração”, afirma Nani.


joaop2.jpg


Para ela, a maior lição que o avô deixou foi a humildade. “A grande contribuição dele foi ensinar esse respeito pelo outro, mesmo com todo conhecimento e vivência que tinha da capoeira, sendo um discípulo direto de mestre Pastinha, um ícone da capoeira angola, meu avô sempre aprendia com os outros, tinha um respeito pelas pessoas”, diz. Atualmente, Nani é professora de capoeira (começou a praticar com o avô, aos 12 anos) e está concluindo a graduação em Educação Física. Sua monografia, João Pequeno de Pastinha e a volta que o mundo dá: percepção da cultura a partir da roda de capoeira angola, discute a metodologia do mestre e faz uma vinculação da importância da cultura popular com a cultura acadêmica.


Para o mestre João Pequeno, não existia a diferenciação entre os alunos e, por essa postura, chegou a ser criticado pelo trabalho que fez no Centro de Cultura Popular. “Ele tinha vários tipos de alunos, desde os mais humildes, aqueles que conseguiam, às vezes, só pagar uma matrícula, mas mesmo assim, o mestre não deixava de ensinar. Sua retribuição não era o dinheiro, mas, sim o que essas pessoas poderiam, a partir daquele conhecimento, passar à sociedade”, lembra Nani.


Famoso, ele viajou praticamente o mundo inteiro e tinha tudo para ter um comportamento diferente, mas manteve-se firme em seu propósito de levar a arte da capoeira para o maior número de pessoas possível, sempre pregando a humildade. Um fato marcante foi quando recebeu o título de Dr. Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Fez questão de convidar as pessoas da comunidade, as crianças do projeto, os pais, os parentes... Lembro de uma senhora que disse: ‘Eu nunca imaginei que um dia entraria na UFBA e seu João me levou lá’. As pessoas viam o mestre João Pequeno ser homenageado num lugar como aquele, sabendo que ele estava lá e que fazia parte daquela comunidade simples. Perceberam que também poderiam superar as barreiras e as dificuldades, alcançar seus objetivos. Foi gratificante ver o que significou aquele momento para as pessoas da comunidade”, relembra Nani. Os ensinamentos de João Pequeno foram registrados no livro Uma vida pela capoeira, lançado em 2002. Além da obra, a neta mantém um site com todas as informações sobre o avô: www.joao-pequeno.com.


O professor de capoeira Marcelo Pinhatari mudouse em 1997 para Salvador e conheceu a capoeira angola no Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), coordenado por mestre João Pequeno desde o início dos anos 80, com a morte de mestre Pastinha – o mais conhecido e famoso mestre de capoeira angola. “Deixou em vida um testamento, ao dizer que “a eles (João Pequeno e João Grande”) eu ensinei tudo, inclusive o pulo do gato.”


Pinhatari conviveu diretamente por três anos com o mestre, até retornar ao sul, quando formou a Associação de Capoeira Angola Forte Santo Antônio que, hoje, está com 11 anos de atuação, levando as técnicas e os ensinamentos do mestre Pastinha para a região. A relação de ensino possui características próprias. “O processo pedagógico na capoeira angola envolve uma relação de comunicação corporal direta, em que estão envolvidos elementos como atenção, concentração, autoconhecimento, controle de movimentos, autocontrole, entre outros”, conta o professor. Ao longo do tempo, a Associação recebeu professores do Ceca, inclusive com a presença de Nani, em eventos realizados pelo grupo.


"MESTRE JOÃO PEQUENO ERA CRISTÃO, MAS TINHA UM PROFUNDO RESPEITO PELA HERANÇA DE MATRIZ AFRICANA. NUNCA DEIXOU DE CANTAR ALGO NA CAPOEIRA, POR SER CRISTÃO HAVIA UM RESPEITO ÀS DIFERENÇAS QUE ELE DEMONSTRAVA NA PRÁTICA"








posted by kubohara at 12:08| Comment(0) | カポエイラ全般

2012年02月02日

メストリ・デカニオ逝去

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Mestre Decánio(1923.2.12-2012.2.1 )



 メストリ・デカニオ(Ângelo Augusto Decânio Filho)が、2月1日の明け方に亡くなりました。89歳でしたが、もうあと11日で90歳の誕生日というところでした。

 昨年12月9日のメストリ・ジョアン・ピケーノに続き、また一人偉大なメストリがこの地をあとにしました。メストリ・ビンバの最長老の弟子のひとりで、パスチーニャ、ヴァウデマール、カンジキーニャ、カイサーラなど多くのメストリ達と同時代を生きてきた文字通りの生き証人でした。

 私もかつてご自宅まで伺い、カポエイラの起源に関する彼の考えやビンバの思い出話を聞かせてもらったり、デカニオ自身が考案したトレーニング方法を教えてもらい一緒に練習した思い出もあります。カポエイラに限らず、アフロ・ブラジル文化全般に精通しており、スタイルを超えて尊敬される人物でした。

 メストリ・デカニオは自費出版のいくつかの著作に加え、多くの論考を残しています。それらの業績は彼のサイト『Capoeira da Bahia - Uma Escola de Cidadania』でダウンロードできます。

 「カポエイラには3つの『R』がある。Rítmo(リズム),Ritual(儀礼), Respeito(尊重)だ」。カポエイラの本質を見事に言い表したフレーズとして私も大好きなこの言葉も、メストリ・デカニオのものです。

 ご冥福をお祈りします







posted by kubohara at 16:29| Comment(1) | カポエイラ全般

2011年12月25日

パレスチナ難民の子供たちに

 12/23に行った子供向けのカポWSでは、私自身非常に多くの気づきがありました。決して大げさではなく、久しぶりにカポの可能性に心躍る気持ちがしました。

 これについては今後のヴァジアソンの活動指針にも大きく関わってくる問題なので、きっちり整理してまずはメンバーに話したいと思いますが、カポエラジオでも折に触れて取り上げていきたいと思います。

 それに関連して、『O Globo』というリオの新聞に12/8に掲載された記事を紹介します。

 パレスチナ難民の子供たちにカポエイラを教えて、それが子供たちに相互尊重の意識や集中力を高めるといった「効能」が表れているという内容です。

 元ネタはこちらです。


Novos horizontes ao som do berimbau

Daniela Kresch, especial para O GLOBO


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TEL AVIV - As crianças reagem imediatamente ao pandeiro e ao berimbau. Em poucos minutos, até os mais envergonhados aderem ao ritmo e à música da roda. O efeito terapêutico da capoeira começa, agora, a servir de arma contra as agruras da vida nos territórios palestinos. Um acordo firmado nesta segunda-feira entre o governo brasileiro, a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (Unrwa) e a ONG britânica Bidna Capoeira prevê o ensino da luta brasileira para centenas de crianças de campos de refugiados nos arredores de Ramallah, na Cisjordânia.

A um custo de US$ 87 mil (R$ 150 mil), o Itamaraty financiou a vinda de dois instrutores brasileiros de capoeira aos territórios palestinos, que darão aulas por pelo menos seis meses nos campos de refugiados de Jalazone, na Cisjordânia, e de Shuafat, em Jerusalém Oriental. Mais de 600 crianças de oito campos serão beneficiadas. Em março deste ano, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil já havia se envolvido numa série de workshops da Bidna Capoeira pelos territórios palestinos.

− A capoeira nasceu num contexto de opressão, de enfrentamento. Sinto que, na Palestina, volto às raízes da arte brasileira − conta o instrutor paulista Jorge Goia, de 48 anos, há três semanas em Ramallah.

Respeito e disciplina

Para evitar problemas culturais, o projeto conta também com uma capoeirista, a carioca criada em Londres Renata Martins, de 29 anos. É ela quem lidará com as alunas.

− Eu me comunico com gestos, com o olhar, com a música. A capoeira é uma linguagem universal − diz a instrutora.

Segundo dados da Unicef, agência da ONU que já usou o esporte brasileiro em campos de refugiados palestinos na Síria e no Iraque, as atividades ajudam no bem-estar físico e psicológico dos jovens afetadas pelos conflitos que afligem o Oriente Médio. Mais de 70% das crianças que aprenderam capoeira melhoraram a qualidade de seus relacionamentos e tiveram seus comportamentos agressivos reduzidos.

− A capoeira é um instrumento de socialização, que ensina respeito e disciplina e ajuda as crianças brasileiras em locais de tensão, como favelas. Agora, queremos dividir isso com o mundo − diz Luiz Otávio Ortigão de Sampaio, primeiro-secretário do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia.

Os resultados já começam a aparecer. O palestino Bashar, de 10 anos, por exemplo, garante ter aprendido a se concentrar mais nos estudos através das técnicas da capoeira:

− Gosto muito dos movimentos, da música... Tudo é fantástico!


posted by kubohara at 20:09| Comment(0) | カポエイラ全般

2011年12月10日

ジョアン・ピケーノよ永遠に!

 昨日は世界中のカポエイリスタが寂しい気持ちで過ごした一日でした。カポエイラ界の最長老の一人メストリ・ジョアン・ピケーノが93歳で亡くなりました。

 メストリ・ヘネ講習会の中のレッスンでも、急きょ追悼のホーダを行って、メストリを偲びました。

 今講習会中でバタバタなので、とりあえずネット新聞の記事の転載です。



Corpo de mestre João Pequeno de Pastinha é enterrado

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O capoeirista morreu na tarde de ontem às 15 horas. Corpo foi enterrado às 17h no Cemitério Bosque da Paz

Foi enterrado na tarde deste sábado, no Cemitério Bosque da Paz, o corpo do mestre João Pequeno de Pastinha, que morreu na tarde de ontem aos 93 anos. A notícia foi divulgada em uma nota publicada no perfil do Facebook de Cristiane Miranda, mais conhecida como Nane de João Pequeno, neta do capoeirista.

O mestre João Pereira nasceu no interior da Bahia e só aos 25 anos mudou-se para Salvador, quando se inscreveu no Centro Esportivo de Capoeira Angola, coordenado por Mestre Pastinha, que o apelidou de mestre João Pequeno.

Durante a festa em comemoração aos seus 93 anos o capoeirista disse: “Um lado da minha vida faz parte de Deus, que é a vida eterna, e a Capoeira é como outra parte de mim”.

Veja nota na íntegra:
Olá amigos e camaradas!!! Esta sendo um momento muito difícil!!!Mais O MESTRE JOÃO PEQUENO PASTINHA esteve sempre nos preparando, com muita simplicidade, humildade, amor e o que ele mais tem, PAZ... A paz do MESTRE JOÃO PEQUENO DE PASTINHA é o que ele transmitiu para todos ao seu redor, Venho também informar que o SEPULTAMENTO SERÁ NO DIA 10/12 NO CEMITÉRIO BOSQUE DA PAZ NO BAIRRO DE NOVA BRASÍLIA depois do Barradão começa a cerimônias as 10hs da manhã o enterro será as 16hs da tarde.
NANI DE JOÃO PEQUENO( CRISTIANE MIRANDA)
SALVADOR, 10 DE DEZENBRO DE 2011





posted by kubohara at 08:47| Comment(1) | カポエイラ全般

2011年10月30日

私のカポ活動の原点 in 1996年

 まだヴァジアソンを結成するはるか前。最初のブラジル研修(1995年4月-1996年3月)から帰国して、名古屋のブラジル総領事館で働きながら、修士論文を書いていたころに『日伯交流』(1996年12月)という冊子に寄稿した文章が出てきました!

 このあと97年の4月から2度目のブラジルに渡り、3年間弱の本格的なカポエイラ修行に入るわけですが、その前から私の中ではある程度の方向性が固まっていたんですね。今読むと、その初々しさに我ながら笑えてきます。

 下の画像をクリックすると、文字が読めるくらい大きな画像として表示されます。


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 左側の写真は、今日のカポエイラ・シーンではいない人ばかりです。唯一、カポエイリスタではありませんが、真ん中でパンデイロを持っているのが、現サンバタウン店主の上沖さんです。これ自体がものすごいレア写真。場所は静岡県浜松市の瑞穂小学校です。

 右側の写真は、移転する前のブラジル・レストラン「ノーヴァ・ウルバナ」で、右の隅でビリンバウを弾いているのが私、ジョーゴをしているのは今長野にいるウィルソンと当時ウルバナのバンドメンバーとして来日していたパウロ・アシェです。そう、現在ペロウリーニョのおみやげ物屋さんで羽ぶりよく活躍している、あのパウロです。

Bons tempos... Que saudades...




posted by kubohara at 23:11| Comment(2) | カポエイラ全般

2011年10月25日

カポエイラ団体をどうまとめる?

 ゲト・カポエイラのメストリ・ジーンが書いているカポエイラの組織化に関する試論です。さっきメーリングリストで受け取ったばかりなので、まだ読んでませんが、面白そうなので、またあとで読んでみます。

 そういえばエクアドルのゲトでカポエイラをしていたカルロスが、9月からヴァジアソンで練習していますよ!ほぼ毎日、2コマ!もっとも出席率のいい練習生の一人です。



GRANDE grupo ou GRUPO grande?
Desafios e perspectivas da administração institucional em Capoeira


Por: Jean Pangolin



A capoeira tem apresentado, em sua conjuntura atual, diversas formas de organização, dentre estas, destacaremos neste trabalho uma analise sobre a estrutura dos grupos formais, considerando como ponto de partida os registros sob a forma de associações, cooperativas, federações, fundações e outras. Assim, nossa intenção será apresentar algumas reflexões sobre o impacto das contradições ideológicas do mundo moderno, bem como a crise de transição do informal para o formal no desenvolvimento desta arte pelo mundo.

Historia e (Des)organização Institucional

O inicio da formalização institucional da capoeira invariavelmente segue o período de maior transformação histórica de nossa arte, a década de trinta, período este que registramos a maior parte dos processos de sistematização e formalização. Assim, como em qualquer outra área, estas mudanças aconteceram recheadas do pensamento ideológico e conflitos da época, sendo assim, qualquer analise realizada precisara sempre considerar a conjuntura dos períodos e seus reflexos nos setores específicos estudados.
A década de trinta, toda sua formatação técnica militarista, seu forte apelo governamental cultural nacionalista e ainda a necessidade de sobrevivência da cultura afro-brasileira, construíram um cenário de misturas peculiar a este período, que conseqüentemente influenciaram diretamente na estruturação institucional em capoeira nas décadas posteriores.
O desenvolvimento da lógica da necessidade de uniformização de indumentária, da técnica, formatação de estilos, registros formais dos núcleos de capoeira e ainda uma serie de outros fatores derivados das modificações consolidadas a partir da estruturação, principalmente, da Angola e da Luta Regional Baiana, que por sua vez, também são fruto das necessidades daquele período, seus conflitos e contradições, representando, em minha opinião, os efeitos colaterais dos benefícios de institucionalização.

Estado, Sociedade e a Passagem do Informal para o Formal Institucional

Com o registro dos centros de Angola e Regional, a partir dos anos trinta, se percebeu que esta poderia se configurar em uma boa estratégia de sobrevivência cultural, pois os mesmos grupos e praticas antes discriminados, percebiam agora um possibilidade de existência sem a perseguição do passado, com possibilidades de negociação com o estado e ainda com reconhecimento social.
O grande problema da situação relatada acima, foi que junto aos fatores que pareciam positivos, surgiram demandas administrativas e burocráticas nunca antes vivenciadas pelos mestres, que cresciam em descompasso aos avanços educativos formais dos mesmos, ou seja, como uma faca amolada, que pode ser uma importante ferramenta para sobrevivência, mas quando não bem utilizada pode ferir quem a manipula.
Outro fator muito importante que precisa ser considerado, consiste no reconhecimento do registro como um mecanismo de mapeamento, arrecadação de tributos e controle do estado, pois uma pratica antes informal e que vivia exclusivamente de suas vivencias e experiências em comunidade, agora passava a ter um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), com todas as implicações legais de qualquer outra instituição, sem considerar a divida do mesmo estado para com a população afro-brasileira, que vinha de séculos e exploração e sem acesso a educação formal que os instrumentalizasse para as novas demandas institucionais.
A institucionalização da capoeira foi também uma alternativa de empregabilidade para os capoeiristas, pois os processos de registro e sistematização possibilitaram o acesso a escolas, clubes, universidades, condomínios, dentre outros, transformando a pratica marginal de antes em uma arte hibrida e com alto poder adaptativo em distintas realidades.
Vale ressaltar que a conjuntura mundial, impulsionada pelo processo Neoliberal, favoreceu em muito a proliferação institucional em capoeira, pois o estado criou uma serie de mecanismos para enxugar seus gastos e redirecionar responsabilidades sociais, criando um momento fértil para o registro de associações e afins, pelas inúmeras possibilidades de parcerias com estado, considerando a terceirização do seu papel social, haja vista o grande numero de projetos sociais em capoeira existentes hoje e os diversos editais públicos para os mais variados projetos.

A Necessidade de Ser e as Relações de Poder

O que estamos percebendo também na capoeira institucionalizada pelo mundo, tem sido uma busca desenfreada por notoriedade de alguns capoeiras e estes elegendo o rompimento com suas instituições e criação de novos grupos como possibilidade de ganhar espaço na comunidade, pois na política institucional da maior parte dos mega grupos, os seus membros se configuram como números ou peças da engrenagem de negocio. Assim, lamentavelmente, o numero de grupos tem crescido, mas a lógica administrativa tem se mantido, sendo a criação da nova instituição uma simples modificação de razão social (nome).
Os grupos de caciques (chefes e/ou patrões) tendem a criar miniaturas de caciques, como a teoria de Paulo Freire de que todo oprimido traz dentro de si sendo gestado o opressor e assim, principalmente por uma relação de conquista de poder, a grande maioria, que esta inserida nesta lógica, tem a tendência de romper com seus mestres/caciques para se tornar alguém importante e reconhecido, afirmando uma das maiores contradições da capoeira na atualidade, que tem consistido na negação daquilo que me oprime pela afirmação da opressão de outros.
A formatação dos grupos/empresas tem, na sua grande maioria, se organizado de uma maneira muito parecida, pois seguem os modelos das primeiras instituições do setor e estas seguem os moldes da aparência superficial de empresas de grande expressão comercial na expansão de suas filiais pelo mundo, contudo a falta de formação administrativa tem criado um abismo entre o verdadeiro funcionamento orgânico de exemplos como: Macdonald, Ford, dentre outras, e a real condição de acesso ao conhecimento dos administradores em capoeira, que em pouco espaço de tempo precisavam aprender a ler balancetes, pagar impostos, lidar com fornecedores, entender lógicas de mercado e etc.. Desta forma, os poucos que conseguiram adaptar-se as novas demandas, passaram a ditar as regras organizacionais em capoeira e a influenciar toda uma comunidade sem informação, por conta do processo histórico de exploração, com valores equivocados e que pouco a pouco foram comprometendo princípios norteadores da arte, como: Aprender-fazendo, circularidade, oralidade, valorização do mais antigo e outros, mas o mais grave disso tudo, me parece ser o fato da grande maioria dos praticantes pensarem que a única alternativa de gestão institucional em capoeira esta na possibilidade de organização conforme o modelo já consolidado, sem perceber que a manutenção deste só fortalece os grupos mais adaptados, preparados e com maior potencial de destruição da arte em favor do negocio cultural, pasteurizando o produto, embalando e rotulando para ser vendido em alguma esquina.
Os capoeiras não tem percebido como os rótulos de Angola e ou Regional, desprovidos do arcabouço filosófico dos mais antigos, tem se transformado em mais uma etiqueta de produto e que este, para ter a funcionabilidade necessária no mundo do capital, precisa pagar o preço de romper com alguns valores culturais ancestrais, que quando bem gestados, são os germes catalisadores da destruição do modo de produção vigente.
Um exemplo típico desta reflexão acima poderá ser percebido na relação dos antigos Mestres com os grupos Macdolnaldizados, pois o impacto dos mesmos em suas atividades, quando contratados para movimentar o negocio, vai alem de uma simples ginástica, considerando os conflitos despertados por sua forma de jogar, tocar, cantar e encantar, e estes têm despertado os mais críticos a refletirem sobre suas praticas, seus dirigentes e principalmente sobre as relações de poder que matem a empresa funcionando. Assim percebemos que a contradição de alimentar o produto a partir de referencias que não são seguidas ideologicamente, pode ate fortalecer o negocio, mas também poderá colocar em risco a manutenção dos mega-grupos, desde que os antigos Mestre compreendam sua função social e seu papel simbólico de guiar os mais jovens no desenvolvimento de uma capoeira mais justa, autônoma e democrática.

Alternativas para ser Bicho da Goiaba

A capoeira e o aprendizado com os mais antigos têm demonstrado que a nossa saída mais interessante para os conflitos sempre será a negociação constante e neste sentido, acreditamos que tão importante quanto o reconhecimento dos desafios e contradições é a movimentação para transformação da realidade e neste sentido nos propomos a trabalhar a partir da metáfora com o BICHO DA GOIABA, que come toda goiaba por dentro sem ser percebido, destruindo a estrutura que esta infinitamente maior do que ele, pelo simples fato de parecer inofensivo. Assim, acreditamos que a capoeira deve trabalhar como o Bicho, minando a Goiaba/sistema por dentro, realizando as mediações necessárias para superar as contradições.
Acredito em uma instituição que segue as normas de registro propostas pelo estado e que tem a capacidade de dialogar com o sistema, parecendo ser cooptada, mas trazendo em seu funcionamento orgânico o germe catalisador e transformador do modo de produção sem ser percebido.
Para dar conseqüência a estas idéias, sugerimos uma lógica administrativa colegiada e uma pratica fundamentada em princípios de auto-organização, trabalho em equipe e desmistificação da figura do Mestre como centro do processo, considerando o mesmo como um facilitador pelas experiências acumuladas e sensibilidade interpretativa das questões humanas.

Considerações Finais Provisórias

Estas reflexões propostas são provisórias e insuficientes diante da complexidade do tema abordado, por isso acreditamos que o maior valor deste material será despertar duvidas e criticas, provocando o pensamento para uma ação concreta, rompendo a inércia produtiva ou a retórica estéril dos acadêmicos idiotizados pelo conhecimento.
Queremos propor um rompimento com os padrões intrínsecos de gestão em capoeira, apresentando alternativas antigas, já sistematizadas e adotadas por nossos ancestrais no continente africano, logicamente considerando as questões adaptativas para nossa realidade atual, sem, contudo negligenciar os princípios norteadores da arte.
Finalizo dizendo, que estas idéias apresentadas não são minhas, mas fruto da sabedoria dos antigos Mestres, e que as mesmas provavelmente estão colaborando para destruir o grupo que faço parte e a lógica de trabalho que acreditei e defendi por anos, mas também tenho a certeza de que como no processo de renascimento da FENIX, a capoeira vai despertar e assumir seu papel no processo de evolução da humanidade, e que de outro plano poderei acompanhar meus filhos e netos com a mesma alegria e encantamento que eu possuía nos anos que iniciei nesta arte, e que perdi sufocado pela burocratização da cantiga, da técnica, do toque, considerando principalmente e meu sonho de ter/ser/fazer um GRANDE GRUPO.





posted by kubohara at 08:49| Comment(0) | カポエイラ全般

2011年08月30日

日本語字幕付けました

fui enviado1.jpg

 ジャケット制作は、ぽちが協力してくれました。忙しい中、ありがとう!

fuienviado2.jpg



 2008年にフランスで制作されたドキュメンタリー『Eu não nasci para jogar capoeira,fui enviado』に日本語字幕をつけました。

 昨日、制作会社に素材を発送し、支払いなども済ませたところです。ここ1週間はこの件で忙殺でした(笑)。レイアウトのOKをブラジルとフランスからもらわなくてはいけないのに、返事がない。毎日、毎日、待てども、待てども。催促しても、音沙汰なしで、ようやく責任者の携帯に電話して、一件落着でした。

 順調に行けば、9/12に1000枚が私の家に届く予定です。もちろんこれはサルヴァドールのメストリ・ヘネ、パリのヘニのところにも行く分も含めてです。日本語の字幕はメニューで選択できるので、字幕なしを選べば、オリジナルのDVDとまったく同じになります。

 先日も書いたように9/18のVadiando 2011で上映し、その日にDVD販売もリリースしますよ。お楽しみに!土曜日にアカデミアにひょっこり現れたヴィアグラには、ちょうどそのとき映像の最終チェックをしていたので、少し見てもらいましたが、「これはいいわ!」と、すでに予約いただきました!!

 上の画像では読みにくいと思いますので、解説文を転載しておきます。


 「私はカポエイラをするために生まれたのではない。送りこまれたのだ」

 カポエイラの聖地バイーア州サルヴァドール。かつて奴隷貿易の中心地のひとつであり、今日でも黒人の割合が最も高いこの地には、貧困や人種的不平等など社会的な問題を変革するための手段としてカポエイラ・アンゴラに取り組む人々がいます。タイトルにもなっているメストリ・ヘネの言葉にはそういう使命感がにじみ出ています。

 このDVDでは、カポエイラを通じて人生の目標を見出した若者たち、その体験からコミュニティーの同じ境遇の子供たちを支援する活動、彼らのカポエイラに対する思いやカポエイラの精神性、宗教的側面が生き生きと描かれています。ブラジルから遠く離れた日本でカポエイラに取り組むすべての人に知っていただきたい現実だと思い、このたび日本語字幕を付けました。

 もちろんカポエイラのシーンもたっぷり。メストリ・ヘネのグループACANNEを中心に、Nzinga、FICA、ACCAA Paraguaçu、Zimba、Angoleiros do Mar、Tribo de Lua、ACAといったサルヴァドールの主要なカポエイラ・アンゴラの道場が登場し、メストリ達のジョーゴを見ることができます。

カポエイラ・ヴァジアソン
久保原信司






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